terça-feira, 3 de maio de 2011

Medalista olímpico de "esconde-esconde" sucumbe ao império.

Nada justifica os atentandos as Torres Gêmes em Nova Iorque em 2011. Este fora atribuído ao saudita Osama Bin Laden e responsabilizado pela morte de muitas pessoas, ou seja, um assassino. E ele agora morreu, quem mandou matar foi o Presidente dos Estados Undiso, Barac Obama, se o Obama mandou matar, logo ele também é um assassino. Qual a lógica disso tudo? Os Estados Unidos precisam se manter no poder, a qualquer custo. Matariam a própria mãe por isso, mas, preferiram o Osama, que por tabela também ja re-elegeu o Obama. Isso é muito pra sua cabeça? Se for, continua assistindo a Globo e sendo manipulado (na edição do JN - 02-05-2011, os apresentadores faltaram jogar confete, fogos de artifício e brindar a atitude (mais uma dentre várias) saguinária dos Estados Unidos. Divido com vocês um texto do jornalista André Forastieri que escreve para o portal R7. Não quer ler? Vá ver a Globo e seja mais um manipulado.
É dessa forma que se constrói a verdadeira paz?

O assassinato de Osama e a morte de Obama

Osama Bin Laden estava em casa no Paquistão. O presidente dos Estados Unidos, em Washington, deu a ordem: matem. Os helicópteros pousaram. A tropa de elite cercou a casa e entrou atirando. Enfrentaram reação - quarenta minutos de tiroteio. Abateram os quatro homens que estavam com Bin Laden e uma mulher - talvez sua esposa.

Mataram Bin Laden, um tiro no peito e um no rosto. Tiraram fotos dos cadáveres. Levaram o corpo de Bin Laden para o porta-aviões, base da operação. Jogaram o corpo de Bin Laden no mar. Barack Obama assumiu a responsabilidade: fui eu.

É mandante de assassinato. Não há justificativa ética para a ação de Obama. Estamos em 2011. O país mais poderoso do mundo não tem direito de se comportar como o Bope, nem seu presidente como um Capitão Nascimento. Os Estados Unidos são um império - diferente dos anteriores, mas um império mesmo assim. Possuem longo histórico de intervenção em democracias, de apoio a ditadores sanguinários e coisas piores, quando interessante para seus negócios.

Já foi bem pior, e quem cresceu em um Brasil governado por ditadores militares lembra bem. Execução sumária de inimigos indefesos vai um pouco além do aceitável a esta altura do campeonato. Barack Obama não era a face da mudança? Osama Bin Laden era perigoso? Sem dúvida. No momento em que foi morto? Não.

Poderia perfeitamente ser capturado e levado a julgamento, de preferência em corte internacional. A Al Qaeda não matou só americanos em todos os seus anos de atividade. Não se trata de descobrir para que lado da balança pende a superioridade moral. As ações da Al-Qaeda são indefensáveis. Muitas ações do governo dos Estados Unidos, também (e aliás, do governo brasileiro, também). Inocentes morreram e morrerão dos dois lados da "Guerra Ao Terror", que nem deveria existir.

Também não se trata de escolher um lado. Para qualquer brasileiro, a rendição ao estilo de vida ocidental é muito mais convidativa do que a opção pela lei islâmica. Muito melhor viver sob a constituição americana que sob a sharia. Isso não nos desobriga de ter um cérebro e usá-lo, e nem de reunir informações e analisá-las. Qualquer cenário em que só existem duas opções deve ser em princípio rejeitado - em política, ainda mais.

E principalmente a questão não é se Bin Laden "merecia" morrer. Todos merecemos morrer e morreremos. Se quem mata uma pessoa merece a pena de morte, que fazer com quem matou milhares? Quantos inocentes morreram nas guerras do Iraque, do Afeganistão?

Vamos executar Bush, Obama, os soldados que jogaram as bombas? Por que "em guerra é diferente"? Onde isso acaba? Enquanto os Estados Unidos continuarem a se comportar de maneira
imperial, novos Bin Ladens nascerão, e a Al-Qaeda ou similares sobreviverão. Como a Hidra da mitologia, para cada cabeça cortada, duas nascerão.

Barack Obama teve a chance de interromper este processo, ainda que temporária ou parcialmente. Tivesse ele ordenado a prisão e julgamento de Osama Bin Laden, daria demonstração inquestionável de superioridade moral. Justamente no momento em que os povos árabes se rebelam contra regimes opressores e lutam pelo estabelecimento de democracias, Obama ao mundo: a lei não vale para os Estados Unidos.

De olho na eleição do ano que vem, mandou matar Osama. Se portou como seus, nossos inimigos. Ganhará a eleição de 2012. Barack Obama foi vendido como um adeus à Era Bush. Mas faz governo extraordinariamente parecido, desde o início, quando indicou veteranos de Wall Street para os principais cargos da economia, no meio de uma crise causada exatamente por Wall Street. As raposas estão tomando conta do galinheiro, com os resultados previsíveis.

Em política externa, continuou as guerras do antecessor, manteve Guantánamo, passou vergonha com o Wikileaks. Como todo Democrata, rebola para não ser acusado de fraco. Negro, de origem exótica e nome esquisito, acuado pelos concorrentes Republicanos brancos e ricos, carregando um governo medíocre nas costas, Obama gastou sua última bala e mandou assassinar Bin Laden.

O que Obama significou morreu. Osama vive.

Um comentário:

  1. "Se matamos uma pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de homens, celebram-nos como heróis." Charles Chaplin

    Nada justifica o atentado à civis, como foi feito ao WTC, mas contra alvos militares, Pentágono por exemplo, seria justificado, lembrando que a luta da Al-Qaeda não começou em 2001, eles já haviam presenciado as ações norte-americanas na 1ªGuerra do Golfo, iniciada em 1991 por Bush "Pai". Alvos militares são, e deveriam ser sempre os únicos alvos de ataques, mas assim não seria terrorismo, o objetivo da Al-Qaeda era o caos, objetivo esse, concluido com louvor.

    Globo, Record, Band, CNN, BBC, D-W, sejá lá qual jornal for, nunca é digno de confiança, principalmente nesse tipo de situação, é claro, desconfiança maior deveria ser enfrentada pela Casa Branca e Pentágono, os maiores beneficiados com a morte de bin Laden.

    Obama ordenou a morte de bin Laden, deu carta branca aos SEAL's, que já tem renomada eficiência e desprezo ao uso de força não letal, sendo que só não foram substituidos pelos Drones porque era necessária identificação visual, mas a morte dela já era certa. Jogar o corpo no mar, não mostrar fotos do corpo, tudo pela 'segurança nacional', é claro, essa foi a segunda versão, a primeira versão dizia que jogar corpos no mar era ritual islâmico, altamente negado pelos teólogos.Isso demostra que nem ao menos eles sabem definir a própria ação como sendo parte de um 'mundo cor-de-rosa', em que eles são justos e virtuosos.

    Ética é uma questão complicada, principalmente se for colocada no tema Guerra. Não se faz justiça infringido a lei, como forma de punição a um infrator da mesma. Mas, na guerra, as coisas são completamente diferentes, é um erro achar que podem ser julgadas as ações de MILITARES Vs. MILITARES, como certas e erradas no âmbito moral, se olharmos a história não veremos uma Guerra apenas, em que civis não tenham sofrido seja por fome, ou homicídios, é uma pena, mas a guerra não é uma cirurgia a laser, sempre houveram baixas civis, sempre haverão.

    "Na guerra, a verdade é a primeira vítima."
    Ésquilo

    "Silent enim leges inter arma."
    (As leis são silenciosas em tempos de guerra).
    Cícero

    Sobre a intervenção estadosunidense em democracias, aqui vai uma frase, dita por alguem só um pouquinho importante na política internacional dos EUA:

    "Eu não vejo o porquê nós devemos ficar parados e ver um país se tornar comunista por culpa da irresponsabilidade de seus habitantes."
    Henry Kissinger, sobre a política dos EUA no Chile

    Osama pode estar morto, mas a Al-Qaeda está viva, acredito que eles só conseguiram 'cutucar o vespeiro', e quem brinca com vespeiro, sabe que uma hora ou outra acaba levando ferroada.
    A 'Guerra ao Terror' vai continuar, e, o mais irônico, é que a morte do inimigo n°1 pode significar as futuras mortes de inimigos do Jihad, que hoje estão fazendo churrasquinho em Bagdá, sem perceber que os próximos a torrar podem ser eles.

    Só um último comentário, em defesa dos veteranos de Wall Street, Ben Bernanke da Reserva Federal, que vem tentando segurar as pontas da economia dos EUA, um papel nada fácil, mas que vem sendo bem desempenhado.

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